terça-feira, 25 de outubro de 2022

LUCIANO ERBA


IL TRANVIERE METAFISICO


Ritorne a volte il sogno in cui me avienne
di manovrare un tram senza rotaie
tra campi di patate e fichi verdi
nel coltivato le ruote non sprofondano
schivo spaventapassari e cappani
vado incontro a settembre, verso ottobre
i passeggeri sono i miei defunti.
Al risveglio rispunta il dubbio antico
se questa vida non sia evento del caso
e il nostro solo un povero monologo
di domande e risposte fatte in casa.
Credo, non credo, cuando credo vorrei
portarmi all'al di là un po' di qua
anche la cicatrice che mi segna 
una gamba e mi fa compagnia.
Già, ma allora? sembra dire in excelsis
un'altra voce.
Altra?


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O GUARDA-FREIO METAFÍSCO

Regressa âs vezes o sonho em que me acontece
manobrar um eléctrico sem carris
por campos de batats e figos verdes
no lavrado as rodas não se afundam
evito espantalhos e cabanas
vou de encontro a setembro, em direcção a outubro
os passageiros são os meus defuntos.
Ao acordar renasce a dúvida antiga
se esta vida não será produto do acaso
e o nosso apenas um pobre monólogo
de perguntas e respostas feitas em casa.
Creio, não creio, quando creio quereria
levar para o além um poucode cá
mesmo a cicatriz que me marca
uma perna e me faz companhia.
Sim, mas então? parece dizer in excelsis
uma outra voz.
Outra?

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