FRANK O'HARA
RHAPSODY
515 Madison Avenue
door to heaven? portal
stopped realities and eternal licentiousness
or at least the jungle of impossible eagerness
your marble is bronze and your lianas elevator cables
swinging from the myth of ascending
I would join
or declining the challenge of racial attractions
they zing on (into the lynch, dear friends)
while everywhere love is breathing draftily
like a doorway linking 53rd with 54th
the east-bound with the west-bound traffic by 8,000,000s
o midtown tunnels and the tunnels, too, of Holland
where is the summit where all aims are clear
the pin-point light upon a fear of lust
as agony's needlework grows up around the unicorn
and fences him for milk -and yoghurt - work
when I see Gianni I know is thinking of John Ericson
playing the Rachmaninoff 2nd or Elizabeth Taylor
taking sleeping-pills and Jane thinks of Manderley
and Irkutsk while I cough lightly in the smog of desire
and my eyes water achingly imitating the true blue
a sight of Manahatta in the towering needle
multi-faceted insight of the fly in the stringless labyrinth
Canada plans a higher place than the Empire State Building
I am getting into a cab at 9th Street and 1st Avenue
and the Negro driver tells me about a $120 apartment
"where you can't walk across the floor after10 at night
not even to pee, cause it keeps them awake downstairs"
no, I don't like that "well, I didn't take it"
perfect in the hot humid morning on my way to work
a little supper-club conversation for the mill of the gods
you were there always and you know all about these things
as indifferent as an encyclopedia with your calm brown eyes
it isn't enough to smile when you run the gauntlet
you've got to spit like Niagara Falls on everybody or
Victoria Falls or at least the beautiful urban fountains of Madrid
as the Niger joins the Gulf of Guinea near the Menemsha Bar
that is what you learn 9in the early morning passing Madison Avenue
where you've never spent any time and stores eat up light
I have always wanted to be near it
though the day is long (and I don't mean Madison Avenue)
lying in a hammock on St. Mark's Place sorting my poems
in the rancid nourishment of this mountainous island
they are coming and we holy ones must go
is Tibet historically a part of China? as I historically
belong to the enormous bliss of American death 1959
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RAPSÓDIA
Madison Avenue 515
porta para o céu? realidades
detidas no alpendre e licenciosidade eterna
ou pelo menos a selva da avidez impossível
o teu mármore é bronze e as tuas lianas cabos de elevador
vibrando no mito da ascensão
a que me juntaria
ou declinando o desafio das atracções raciais
eles zunem (para o linchamento, meus caros)
enquanto por toda a parte o amor respira revolto
como passagem coberta unindo a 53ª à 54ª
o trânsito de leste com o de oeste para 8,000,000
ó túneis do centro e também os túneis da Holanda
onde está o cume em que os propósitos se clarificam
o ponto de luz sobre um receio de luxúria
quando o bordado da agonia cresce à volta do unicórnio
e o aprisiona para que dê leite - e iogurte -
quando vejo Gianni sei que pensa em John Ericson
tocando o 2º de Rachmaninoff ou em Elizabeth Taylor
tomando somníferos e Jane pensa em Manderley
e Irkutsk enquanto tusso ao de leve na neblina do desejo
e os meus olhos humedecem dolorosamente imitando o verdadeiro azul
uma vista de Manahatta na agulha cimeira
visão multifacetada da mosca nolabirinto sem rumo
o Canadá planeia um edifício mais alto que o Empire State Building
apanho um táxi no cruzamento da Rua 9 com a 1ª Avenida
e o motorista negro fala-me de em apartamen de $120
"onde não se pode andar depois das 10 da noite
nem mesmo psra mijar porque se acorda os de baixo"
não. não gosto disso "bom, não fiquei com ele"
perfeito na manhã abafada húmida a caminho do trabalho
uma conversa comezinha para o moinho dos deuses
tu estás lá sempre e sabes tudo acerca destas coisas
tão indiferente como uma enciclopédia na placidez dos teus olhos castanhos
não é suficiente sorrir quando se atira a luva
tem de se cuspir em todos como se fosse as Cataratas do Niagara ou
as Cataratas de Victoria ou pelo menos as fontes urbanas de Madrid
quando o Niger desagua no Golfo da Guiné junto ao bar Menemsha
é o que se aprende de manhã cedo ao passar na Madison Avenue
onde nunca perdeste tempo e os armazéns devoram luz
sempre quis estar perto disso
embora o dia seja longo (e não me refiro à Madison Avenue)
deitado numa rede na Praça de S. Marcos ordenando os meus poemas
no alimento rançoso desta ilha montanhosa
eles estão a chegar e nós os santos temos de partir
o Tibete é historicamente parte da China? como historicamente
pertenço à enorme bênção da morte americana
1959
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