ALEKSANDAR RISTOVIC
ÁRVORE
Como é antiga uma árvore! Como é velha
a sua inclinação para sussurrar ao fim da tarde
enquanto caminho para casa desde a biblioteca, com livros debaixo do braço.
Os seus ramos balançam conforme o vento lhes exige
e a sua beleza reside no que um homem ou uma criança
trazem no seu coração enquanto debaixo dela correm.
Talvez apenas Platão esperasse encontrar sabedoria
no seu movimento constante. Primeiro um e depois outro
ramo falha em descrever um círculo,
despertando em nós apenas certas assossiações
às quis chegamos trocando a nossa experiência
do real pela nossa experiência do imaginário.
E como eu sou antiquado, pois gosto de mandriar
debaixo de uma árvore e buscar na sua aparência
algum símbolo de mortalidade e de vida eterna.
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