SZILÁRD BORBÉLY
AETERNITAS
(I)
O Eterno é
frio, como o cinzel
usado para esculpir
a face do nosso Jesus.
O Eterno está submerso,
como o seixo,
quando se contempla o rio e se vê
a água novamente tranquila.
O Eterno evade-se,
como a mosca
que se tenta agarrar em vão -
o inferno já.
O Eterno é profundo,
como essa atenção
na qual reside
a misericórdia do nosso Cristo.
O Eterno prossegue,
como o relógio,
embora talvez falhe
- por vezes . a madrugada.
O Eterno é aguçado
como a lâmina da faca
que a Morte enterra
no teu coração.
O Eterno é,
como a própria vida, efémero.
Chega ao fim
enquanto se fala.
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