LUCIANO ERBA
L’IPPOPOTAMO
forse la galleria che si apre
l’ippopotamo nel folto della giungla
per arrivare al fiume, ai curvi pascoli
di foglie nate a fuorma di cuore
forse il varco tra alberi i liane
gli ostacoli divelti, le improvvise
irruzioni d’azzurre nelle tenebre
su un umido scempio di orchidee
forse questo e qualsiasi tracciato
come a Parigi la Neuilly-Vincennes
o l’umile “infiorata” di Genzano
o un canale di Marte, altro non sono
che eventi privi d’ombra e di riflesso
soltanto un segno che segna se stesso.
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O HIPOPÓTAMO
porventura a galeria que abre
o hipopótamo na selva densa
para chegar ao rio, aos prados inclinados
de folhas que brotam em forma de coração
talvez a passagem entre árvores e lianas
os obstáculos arrancados, as imprevistas
erupções de azul nas trevas
sobre uma destruição húmida de orquídeas
talvez isso e qualquer outro traçado
como em Paris o Neuilly-Vincennes
ou a humilde “floração” de Genzano
ou um canal em Marte, não sejam mais
que ocorrências privadas de sombra e de reflexo
apenas um sinal que a si mesmo se assinala.
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