quarta-feira, 11 de maio de 2022

 JON JUARISTI

PÓNTICA

Al otro pertenecen
Las escenas que guarda tu memoria:
Imágenes confusas
Que el óxido del tiempo deteriora.

 Otro es el que las sueña
Desde un ayer de rabia silenciosa.

Muere con ellas una lengua exangüe
Y una causa llamada a la derrota.

Y tú envejeces lejos,
En el destierro de la terra toda,
Entre voces ajenas
Y soledades próximas,
Perdiendo cada día y rescatando
Los colores, las líneas y las formas
De un mundo ajeno que creíste tuyo
Y alzando en torno de su ausencia torva
Gastados laberintos de palabras,
Una mansión decrépita y angosta,
Una torre, un brocal, quizá una vida.

Del otro son los sueños que custodias.


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PÔNTICA

Ao outro pertencem
As cenas que guarda a tua memória:
Imagens confusas 
Que o óxido do gtgempo deteriora.

Outro é que as sonha
Desde um ontem de raiva silenciosa.

Morre com elas uma língua exangue
E uma causa convocada à derrota.

E tu envelheces longe,
No desterro da terra toda,
Entre vozes alheias
E solidões próximas,
Perdendo cada dia e resgatando
As cores, as linhas e as formas
De um mundo alheio que creste teu
E erguendo em torno da sua ausência turva
Gastos labirintos de palavras,
Uma mansão decrépita e estreita,
Uma torre, um bocal, talvez uma vida.

Do outro são os sonhos que custodias. 

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