segunda-feira, 9 de maio de 2022

 WELDON KEES

JANUARY

Morning: blue, cold, and still.
Eyes that have stared too long
Stare at the wedge of light
At the end of the frozen room
Where snow in a windowsill,
Packed and cold as a life,
Winters the sense of wrong
And emptiness and loss
That is my awakening,
A lifetime drains away
Down a path of frost;
My face in the looking-glass
Turns away from the light
Toward fragments of the past
That break with the end of sleep.
This wakening, this breath
No longer real, this deep
Darkness where we toss,
Cover a life at the last,
Sleep is too short a death.


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JANEIRO

Manhã: azul, fria e estática.
Olhos que olharam demasiado
Olham para o limiar da luz
No fundo do quarto gelado
Onde neva num parapeito,
Densa e fria como uma vida,
Hiberna a sensação de erro
E vazio e perda
que é o meu despertar.
Uma vida escoa-se
Por uma vereda de gelo;
A minha cara no espelho
Afasta-se de novo da luz
Para fragmentos do passado
Que se rompem com o fim do sono.
Este despertar, esta respiração
Já  irreal, esta escuridão
Funda onde nos agitamos,
Pelo menos resguardam uma vida.
O sono é uma morte muito curta.

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