FRANK O'HARA
POEM
Khruschev is coming on the right day!
the cool graced light
is pushed off the enormous glass piers by hard wind
and everything is tossing, hurrying on up
this country
has everything but politesse, a Puerto Rican cab driver says
and five different girls I see
look like Piedie Gimbel
with her blonde hair tossing too,
as she looked when I pushed
her little daughter on the swing on the lawn it was also windy
last night we went to a movie and came out,
Ionescu is greater
than Beckett, Vincent said, that´s what I think, blueberry blintzes
and Khruschev was probably being carped at
in Washington, no politesse
Vincent tells me about his mother's trip to Sweden
Hans tells us
about his father's life in Sweden, it sounds like Grace Hartigan's
painting Sweden
as I go home to bed and names drift through my head
Purgatorio Merchado, Gabriel Schwartz and Gaspar Gonzales,
all unknown figures of the early morning as I go to work
where does the devil of the year go
when September takes New York
and turns it into ozone stalagmites
deposits of light
as I get back up
make coffee, and read François Villon, his life, so dark
New York seems blinding and my tie is blowing up the street
I wish it would blow off
though it is cold and somewhat warms my neck
as the train bears Khrushchev into Pennsylvania Station
and the light seems to be eternal
and joy seems to be inexorable
I am foolish enough always to find it in the wind
1959
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POEMA
Khruschev chega no dia exacto!
a graciosa luz fria
é empurrada para longe das enormes empenas de vidro pela força do [vento
e tudo é sacudido em grande pressa
este país
tem tudo menos politesse, diz um condutor de táxi Porto-Riquenho
e vejo cinco raparigas diferentes
parecidas com Pidie Gimbel
com o seu cabelo louro também sacudido,
como ela parecia quando [empurrei
a irmã mais nova no baloiço do jardim também soprava vento
ontem à noite fomos ao cinema e saímos,
Ionesco é maior
que Beckett, disse Vincent, é o que penso, blinis de mirtilo
e Khruschev estava provavelmente a ser criticado
em Washington não há [politesse
Vincent conta-me a viagem da mãe à Suécia
Hans conta-nos
a vida do seu pai na Suécia, soa como se fosse o quadro Suécia
de Grace Hartigan
portanto vou para casa deitar-me e nomes [deslizam-me pela cabeça
Purgatorio Merchado, Gerhard Scwartz e Gaspar Gonzales,
todos figuras desconhecidas de manhã cedo quando vou [trabalhar
para onde irá a maldade do ano
quando Setembro se apodera de [New York
e a transforma em estalagmites de ozono
depósitos de luz
por isso volto a levantar-me
faço café e leio François Villon, a sua vida, tão sombria
New York parece ofuscante e a minha gravata soprada rua [acima
desejo que se desprenda
embora esteja frio e aqueça um pouco o [pescoço
enquanto o comboio leva Khruschev para Pennsylvania Station
e a luz parece ser eterna
e a alegria parece ser inexorável
eu sou tonto bastante para o descobrir sempre no vento
1959
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