quinta-feira, 7 de abril de 2022

ALEKSANDER RISTOVIC

1918

Numa sala com candeeiros de mesa  e um candelabro antigo
senta-se o poeta, Sergey Yesenin,
provocando risinhos na dona da casa,
recitando-lhe versos cómicos.
Ela usa um casaco de pele de foca,
enquanto ele está descalço, com meias vermelhas de lã.
Grandes, suaves flocos de neve caem no exterior.
Yesenin tem a cara de uma criança.
Tem maçãs do rosto coradas pelo vinho,
que frequentemente bebe com avidez
do jarro verde que está debaixo da mesa.
Nas ruas, os revolucionários
estão empenhados na sua actividade sinistra.
Estão a fuzilar a burguesia
e, de caminho, claro,
os revolucionários falsos.

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