quinta-feira, 3 de março de 2022

 MIROSLAV HOLUB

BREVE REFLEXÃO SOBRE MAPAS

Albert Szent-Gyorgi, que sabia umas coisas sobre mapas,
  pelos quais o olhar se movimenta para um lado ou outro,
  costumava contar esta história da guerra,
  através da qual a história se movimenta para um lado ou outro.

Numa pequena unidade húngara nos Alpes um jovem tenente
  enviou um destacamento de batedores para a vastidão gelada.
  De imediato
  começou a nevar, nevou durante dois dias e o destacamento
  não regressou. O tenente estava angustiado: tinha enviado
  os seus homens para a morte.

Ao terceiro dia, todavia, os batedores estavam de regresso.
  Onde tinham estado? Como tinham conseguido encontrar o [caminho?
  Sim, explicaram os homens, por certo pensámos que estávamos
  perdidos e e aguardávamos o fim. Foi quando, de repente, um de [nós
  encontrou um mapa no bolso. Sentimo-nos tranquilos.
  Fizemos um acampamento, esperámos que a neve passasse, e então
       com o mapa,
  encontrámos a direcção correcta.
  E aqui estamos.

O tenente pediu para ver esse notável mapa, para poder
  estudá-lo. Não era um mapa dos Alpes,
  mas dos Pirinéus.

Adeus.

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