ALEKSANDAR RISTOVIC
ARANHA CASEIRA
A aranha espera pelo Domingo,
vai de uma ponta da teia
para a outra,
pequena, mas conspícua, como uma mancha
numa cara iluminada pelo sol.
Em repouso, fixa a sua mirada na parede
sobre a qual avançam as sombras de criaturas
que ficaram imortais na sua indolência.
A sua teia é como a minha bolsa de tabaco.
A filosofia que retira dela
não se furta ao sofrimento, nem ao prazer.
Qualquer intruso é um alvo fácil.
Arguta, veloz como uma chama, fá-lo
pagar as suas dívidas,
até devolvendo ocasionalmente o troco.
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