domingo, 6 de março de 2022

ALEKSANDAR RISTOVIC


ARANHA CASEIRA


 A aranha espera pelo Domingo,
vai de uma ponta da teia 
   para a outra,
pequena, mas conspícua, como uma mancha
   numa cara iluminada pelo sol.

Em repouso, fixa a sua mirada na parede
sobre a qual avançam as sombras de criaturas
que ficaram imortais na sua indolência.

A sua teia é como a minha bolsa de tabaco.
A filosofia que retira dela
não se furta ao sofrimento, nem ao prazer.

Qualquer intruso é um alvo fácil.
Arguta, veloz como uma chama, fá-lo
   pagar as suas dívidas,
até devolvendo ocasionalmente o troco.

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