sexta-feira, 1 de outubro de 2021

MIROSLAV HOLUB


 BREVE REFLEXÃO SOBRE CARLOS MAGNO 
         (Ver narrativa sobre o mesmo de Julius Zeyer)

Do lado de fora do portão
está pendurado um sino. Carlos Magno, filho de Pepino, o Breve,
colocou-o lá. Aqueles que foram injustiçados
fazem-no soar e Carlos interrompe os seus afazeres reais,
recebe-os de imediato, ouve-os e dispensa justiça.
Isto era em 800 D.C.

Este ano o sino soou.
À chuva, que era
uma carga de água mais que um chuvisco
e continua há mais de mil e cem anos,
encharcado até aos ossos, ensopado como um rato afogado,
num traje de bobo,
estava Carlos Magno.

Em língua de Francos atropelada reclamou urgentemente
uma audição.

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