quinta-feira, 14 de outubro de 2021

 LUCIANO ERBA


LO SVAGATO 

Ma quando arrivano? e come? 
e chi li manda trai noi? 
un giorno li trovi vicini 
com un berretto a visiera 
la sciarpa rossa, le mani 
nelle tasche davanti dei calzoni 
nuovo compagni di nostri giochi 
sileziosi, sorridente compagni 
più piccoli di noi, più pallidi 
stanchi a una breve corsa, maldestri 
a lottare, a saltare, e senza peso. 
Ricordo uno che un matino d’ottobre 
sali com noi fine al monte Cavvalo 
aveva le guance rosse di mal di cuore 
sorrideva correndo per restarci vicino. 
E un altro, nè escludo che fosse lo stesso 
per quel loro modo di camminare e il maglione turchino, 
che per vigneti mi segui al fondovalle 
a pesca di trotte dove il fiume 
si dirama in chiari canali. 
Si restò fine a sera dentro l’acqua 
senza que mi chiedesse una volta 
di provare a pescare : 
poi scomparve per un sentiero che non saprei più trovare. 
E un terzo, o ancora lo stesso, 
per quel loro grande nodo alla sciarpa di lana, 
e per il suo starmi in silenzio vicino 
nei prati gialli fuori città 
in un’Africa imaginata 
per un’immobile, lunga giornata. E un quarto… 
Scomparsi. Distruti da febbri spietate, 
consuti da un male ignoto, lontani, non só. 
Né só se torneranno, né quando, né come 
gli amici, i giorni, la più chiara stagione, 
se tornerà la vita 
perduta per disattenzione.


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 O DISTRAÍDO 

Mas quando chegam? e como? 
e quem os envia?  
um dia descobre-los próximo 
com um boné de pala 
o cachecol vermelho, as mãos 
no bolso da frente das calças 
novos companheiros dos nossos jogos 
companheiros silenciosos, sorridentes, 
mais pequenos que nós, mais pálidos, 
cansados por uma breve corrida, desajeitados 
a lutar, a saltar, e sem peso. 
Recordo um que numa manhã de outubro 
foi connosco até ao monte Cavallo 
tinha a cara vermelha de quem sofre do coração 
sorria correndo para nos acompanhar. 
E um outro, não excluo que fosse o mesmo 
por aquele seu jeito de andar e a camisola turquesa, 
que pelos vinhedos me seguiu até ao vale 
à pesca de trutas onde o rio 
se derrama em claros canais. 
Ficou até à noite dentro de água 
sem que me pedisse uma vez 
 para tentar pescar : depois sumiu-se 
por um caminho que já não saberei encontrar. 
E um terceiro, ou ainda o mesmo, 
por aquele grande nó no cachecol de lã 
e pelo seu quedar-se em silêncio por perto 
nos campos amarelos fora da cidade 
numa África imaginada 
durante um dia imóvel, comprido. E um quarto… 
Desaparecidos. Destruídos por febres impiedosas, 
consumidos por um mal ignoto, lá longe, não sei. 
Nem sei se voltarão, nem quando, nem como 
os amigos, os dias, a estação mais clara, 
se voltará a vida 
perdida por desatenção.

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