LUCIANO ERBA
LO SVAGATO
Ma quando arrivano? e come?
e chi li manda trai noi?
un giorno li trovi vicini
com un berretto a visiera
la sciarpa rossa, le mani
nelle tasche davanti dei calzoni
nuovo compagni di nostri giochi
sileziosi, sorridente compagni
più piccoli di noi, più pallidi
stanchi a una breve corsa, maldestri
a lottare, a saltare, e senza peso.
Ricordo uno che un matino d’ottobre
sali com noi fine al monte Cavvalo
aveva le guance rosse di mal di cuore
sorrideva correndo per restarci vicino.
E un altro, nè escludo che fosse lo stesso
per quel loro modo di camminare e il maglione turchino,
che per vigneti mi segui al fondovalle
a pesca di trotte dove il fiume
si dirama in chiari canali.
Si restò fine a sera dentro l’acqua
senza que mi chiedesse una volta
di provare a pescare :
poi scomparve
per un sentiero che non saprei più trovare.
E un terzo, o ancora lo stesso,
per quel loro grande nodo alla sciarpa di lana,
e per il suo starmi in silenzio vicino
nei prati gialli fuori città
in un’Africa imaginata
per un’immobile, lunga giornata. E un quarto…
Scomparsi. Distruti da febbri spietate,
consuti da un male ignoto, lontani, non só.
Né só se torneranno, né quando, né come
gli amici, i giorni, la più chiara stagione,
se tornerà la vita
perduta per disattenzione.
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O DISTRAÍDO
Mas quando chegam? e como?
e quem os envia?
um dia descobre-los próximo
com um boné de pala
o cachecol vermelho, as mãos
no bolso da frente das calças
novos companheiros dos nossos jogos
companheiros silenciosos, sorridentes,
mais pequenos que nós, mais pálidos,
cansados por uma breve corrida, desajeitados
a lutar, a saltar, e sem peso.
Recordo um que numa manhã de outubro
foi connosco até ao monte Cavallo
tinha a cara vermelha de quem sofre do coração
sorria correndo para nos acompanhar.
E um outro, não excluo que fosse o mesmo
por aquele seu jeito de andar e a camisola turquesa,
que pelos vinhedos me seguiu até ao vale
à pesca de trutas onde o rio
se derrama em claros canais.
Ficou até à noite dentro de água
sem que me pedisse uma vez
para tentar pescar : depois sumiu-se
por um caminho que já não saberei encontrar.
E um terceiro, ou ainda o mesmo,
por aquele grande nó no cachecol de lã
e pelo seu quedar-se em silêncio por perto
nos campos amarelos fora da cidade
numa África imaginada
durante um dia imóvel, comprido. E um quarto…
Desaparecidos. Destruídos por febres impiedosas,
consumidos por um mal ignoto, lá longe, não sei.
Nem sei se voltarão, nem quando, nem como
os amigos, os dias, a estação mais clara,
se voltará a vida
perdida por desatenção.
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