quarta-feira, 13 de outubro de 2021

 COLIN MUSET


Sire cuens, j'ai vielé
devant vous sen vostre ostel,
si ne m'avez riens doné
ne mes gages aquité:
   c'est vilanie!
Foi que doi sante Marie,
ensi ne vous siuerré mie.
M'aumosniere est mal garnie
et ma bourse mal farsie.

Sire cuens, car commandez
de moi vostre volenté.
Sire, s'il vous vient a gré,
un biau don car me donez
   par courtoisie!
Talento ai, n'en doutez mie,
de raler a ma mesnie:
quant g'i vois bourse desgarnie,
ma fame ne me rit mie,

ainz me dit: "Sire Engelé,
en quel terre avez este,
qui n'avez riens conquesté?
............................................
   Aval la ville.
Vez com vostre mal plie!
Ele est bien de vent farsie!
Honiz soit qui a envie
d'estre en vostre compaignie!"

Quant je viens a mon ostel
et me fame a regardé
derrier moi le sac enflé,
et je, que sui bien paré
   de robe grise,
sachiez qu'elle a tout jus mise
la conoille sanz fiantise;
elle me rit par franchise,
ses deus braz au col me plie.

Ma fame va destrousser
ma male sanz demorer;
mos garçon va abruver
mon cheval et conreer;
ma pucele va tuer
deus chapons pour deporter
   a la janse alie;
ma fille m'aporte un pigne
en sa main par cortoisie.
Lors sui me mon ostel sire
a mult grant joie sanz ire
plus que nuls ne porroit dire.


       xxxxxxxxxxx

Senhor conde, toquei viola
ante vós, na vossa casa
e não me haveis dado nada,
nem liquidado as minhas dívidas:
   é vilania"
Pela fé a Santa Maria
não vos servirei mais.
A minha algibeira está mal fornida
e a minha bolsa desguarnecida.

Senhor conde, fazei
de mim, segundo a vontade.
Senhor, se vos apraz,
boa prenda me dai,
   por cortesia!
Tenho intenção, não tende dúvida,
de voltar à minha casa:
quando vê a minha bolsa desguarnecida,
a minha mulher não me sorri,

antes diz: "Senhor Pasmado,
por que terra hás andado,
que nada tendes conquistado?
...............................................
   Lá na cidade
vede como vosso taleigo mirra!
Está cheio de ar e vento!
Vergonha tenha quem deseja
estar na vossa companhia!"

Quando chego a casa
e a minha mulher vê
às costas o saco cheio
e que estou bem adornado
   de fato escuro,
sei bem que logo deixa
o fuso, sem malícia;
sorri-me com franqueza,
os braços no meu pescoço.

A minha mulher vai buscar
o taleigo, sem tardar;
o criado dar de beber
ao cavalo e limpá-lo;
a minha donzela mata
dois capões para cozinhá-los
   com molho de alho;
a minha filha taz-me um pente
na mão, com cortesia.
Então sou o senhor da minha casa,
com muita alegria, sem zanga,
mais que se possa dizer.


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