quarta-feira, 15 de setembro de 2021

 MIGUEL D'ORS


MIS SIETE MOTIVOS PARA DESEAR 

QUE NO ME DEDIQUEN UNA CALLE

Primero: que quién sabe
dónde iria parar mo pobre nombre.
no iba a estar mi recuerdo mosqueado
si le pantan al lado un puticlub,
una herrika taberna o hasta puede un banco.

Segundo: por no ver entre los bombos
retóricos de la inauguración
- solo con otras caras y otras fechas -
los mismos figurones que ahora
me honran con su despego.

Tercero: porque mi imaginacíon
ya está assistiendo al pleno en que otro ayuntamiento
aprueba echar abajo mi memoria
para sustituirla por sabe Diós cuál otra 
más políticamente fotogénica.
Arróhemosle trabajo a los ilustrisísimos.

Cuarto: que los conozco
y sé que a finde cuentas lo que me dedicasen
iba a ser una rúa o una kalea,
pero nunca la calle prometida,
que no está el horno para mucha España.

Quinto: porque el futuro,
al verme celebrado por mi tiempo,
acaso pensaría que fui cómplice de él.
Que quede claro, frères humains, que yo no tuve
nada que ver con esto.
 
Sexto: porque uno es 
tan redondamente vanidoso
que prefiere mil veces presumir de modestia
a presumir de placa,
así fuese de bronce de Carrara.

Y además, que la d, la O y el apóstrofo
no se ponen así.
                                            Santiago,17/XI/Poyo 18/XI-2009


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OS MEUS SETE MOTIVOS PARA DESEJAR
QUE NÃO ME DEDIQUEM UMA RUA

Primeiro: quem sabe
onde irá parar o meu pobre nome.
Não ia estar a minha recordação manchada
se o plantam ao lado de uma casa de putas,
uma herrika taberna ou até mesmo um banco.

Segundo: para não ver entre os bombos
retóricos da inauguração
- só que com outras caras e outras datas -
os mesmos figurões que agora mesmo
me honram com o seu despego.

Terceiro: porque a minha imaginação 
já está assistindo ao plenário em que outra câmara                          
aprovou deitar abaixo a minha memória
para substituí-la por sabe Deus qual outra
mais politicamente fotogénica.
Poupemos trabalho aos ilustrissíssimos.

Quarto: que os conheço
e sei que, no fim contas, o que me dedicassem
iria ser uma rúa ou uma kalea,
nunca a rua prometida,
que não convém a muita Espanha.

Quinto: porque o futuro
ao ver-me celebrado no meu tempo,
acaso pensaria que fui cúmplice dele.
Que fique claro, fréres humains, que não tive
nada a ver com isto.

Sexto: porque se é 
tão supinamente vaidoso,
que se prefere mil vezes parecer maldito
que fingir de placa,
ainda que fosse de bronze de Carrara.

E, além disso, que o D, o O e o apóstrofe
não se colocam assim.

                                                  Santiago, 17/XI/Poyo, 18/XI/2009

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