FRANK O'HARA
2 POEMS FROM THE OHARA MONOGATARI
1
My love is coming in a glass
the blood of the Bourbons
saxophone or cornet
qu'importe où?
green of grass flowers dans le Kentucky
and always the same handkerchief
at the same nose damask
turning up my extravagant collar
tossing my scarf around my neck
the Baudelaire of Kyoto's never ending pureness
is he cracked in the head?
2
After a long trip to a shrine
in wooden clogs so hard on the muscles
the sea is bitter and the breasts are hard
so much terrace for one evening
there is no longer no ocean
I don't see the ocean under my stilts
as I poke along
hands on ankles feet on wrists
naked in thought
like a whip made from sheerest stockings
the radio the radio is on the cigarette is puffed upon
by the pleasure of rolling in a bog
some call the Milky Way
in far-fetched Occidental lands above the trees
where dwell the amusing skulls
1954
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2 POEMAS DE OHARA MONOGATARI
1
O meu amor chega num copo
o sangue dos Bourbons
saxofone ou corneta
qu'importe où?
verde de flores de erva dans le Kentucky
e sempre o mesmo lenço
no mesmo damasco de nariz
virando o meu colarinho extravagante
levantando o meu cachecol no pescoço
o Baudelaire da pureza interminável de Kyoto
tem pancada na cabeça?
2
Depois de longa viagem a um santuário
em socos de madeira que cansam os músculos
o chá é mais amargo e os seios duros
tanto terraço para uma tarde
já não há mais oceano
não vejo o oceano debaixo das minhas andas
enquanto deambulo
as mãos nos tornozelos os pés nos pulsos
nu em pensamento
como um chicote feito de meias incomparáveis
o rádio está ligado o fumo do cigarro cai-lhe em cima
pelos prazeres de rebolar num pântano
a que chamam a Via Láctea
em terras ocidentais longínquas sobre as árvores
onde moram as caveiras hilariantes
1954
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