LE ROIS RICHARTZ
( RICARDO, CORAÇÃO DE LEÃO)
(1137-1199)
Ja nus hons pris ne dira sa raison
adroitement, s'ensi con dolans non;
mais par confort puet il faire chançon.
Mout ai d'amis, mais povre sont li don;
honte en avron, se por ma reançon
sui ces deux yvers pris!
Ce sevent bien mi himne et mi baron,
englois, normant, poitevin et gascon,
que je n'avoie si povre compaignon,
cui je laissasse por avoir en prison.
Je nel di pas por nule retraçon,
mais encor sui je pris.
Or sai je bien de voir certainement
que mors ne pris n'ami ne parente
quant non me lait por or nr por argent.
Mout m'es de moi, mes plus m'est de ma gente,
qu'apres ma mort avront reprochier grant,
se longuement sui pris.
N'est pas merveille, se j'ai le cuer dolente,
quanr mes sires tient ma terre en torment,
S'or li membroit de nostre serement,
que nos fëismes andui communaument,
bien sai de voir que ceans longuement
ne seroi pas pris.
Ce sevent bien Angevin et Torain,
cil bacheler qui or sont riche et sain,
qu'encombrez sui loind d'aus en autrui main.
Forment m'amoient, mais or ne m'aimment grain.
De beles armes sont ores vuit li plain
per tan que je serai pris.
Mes compaignons, cui jámoie et cui j'aim,
ceus de Caheu et ceus de Percherain,
me di, chançon, qu'il ne sont pas certain;x
qu'onques vers aus nen oi cuer faus ne vain.
S'il me guerroient, in font mout que vilain,
tant con je sui pris.
Contesse suer, vostre pris souverain,
vos saut et gart cil a cui je me clain
et par cui je suis pris.
Je ne di pas de celi de Chartrain.
la mere Loöys.
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Já nenhum homemde valor dirá sua razão
justamente, mas apenas de forma triste;
mas, para conforto, escreverá canções-
Muitos amigos tenho, mas deles pobres são os do ns;
vergonha terão, se pelo meu resgate
estes dois Invernos estou preso!
Bem sabem os meus homens e barões,
ingleses, normandos, de Poitou e gascões,
que eu não teria um companheiro tão pobre,
que o deixasse, por dinheiro, na prisão.
Não o digo como censura,
mas ainda estou prisioneiro.
Ora tenho a completa certeza
que a morte não levou amigo, nem parente,
mas que me abandonam por ouro e prata.
Sinto-o por mim, mas mais pela minha gente,
que após a minha morte bem o lamentarão,
há tanto tempo preso.
Não é de admirar se tenho o coração triste
quando o meu senhor a minha terra atormenta.
Se ainda se lembrasse do nosso juramento,
que os dois fizemos em conjunto,
estou seguro que desde há muito tempo
não estaria na prisão.
Bem sabem os de Angevin e Torain,
os cavaleiros que estão ricos e sãos,
que estou retido longe deles, na mão de outros.
Muito me amavam, agora já não.
De belas armas estão os plainos vazios,
desde que estou preso.
Os meus companheiros, que eu amava e amo,
os de Caen e os de Percheron,
diz-me, canção, que não são eles, por certo,
nunca para eles tive coração falso ou vil.
Se eles me guerreiam fazem grande vilania,
enquanto estiver prisioneiro.
Irmã codessa, vosso digno soberano
vos mantenha e guarde o meu senhor
e por quem estou preso.
Não o digo da de Chartres,
a mãe de Luís.
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