quarta-feira, 21 de abril de 2021

 Li SHANG-YIN  (812?-858)


Este foi o primeiro conjunto de versões de poesia, que realizei e publiquei, a partir de traduções (infidelidade dupla, de que tento absolver-me na introdução ao livro). Logo repetiria o pecado com Poemas da Antologia Grega e o prolongaria em versões editadas neste blog.
Claramente este não é o meu poeta chinês favorito - esses, Li Bai, Tu Fu, Bai Ju-Yi..., são da geração anterior (o período de ouro da poesia chinesa, correspondendo à primeira fase da dinastia Tang); estão competentemente traduzidos por António Graça de Abreu (tanto quanto posso julgar, nomeadamente comparando com versões noutras línguas). De qualquer forma , Li Shang-yin é diferente desses ilustres antecessores e um poeta muito digno de se ler.


                        I

O regresso foi promessa vã, partiste, sem deixar rasto;
O luar desliza sobre o telhado, já soa a quinta hora.
Sonho de despedidas longínquas, apelos ignorados,
Apresso-me a terminar a carta, mas a tinta não espessa.
A luz da vela semi-cerca águias marinhas, bordadas a ouro,
O cheiro a almíscar que os nenúfares bordados exalam.
O jovem Liu queixa-se que a Montanha dos Imortais é longe.
Depois da Montanha, cimo após cimo, dez mil montanhas se levantam.




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