GIUSEPPE GIOACHINO BELLI
("Sora Cristina mia, pe un caso raro")
Sora Cristina mia, pe un caso raro
io povero cristiano bbattezzato
senz’avece né ccorpa né ppeccato
m’è vvienuto un ciamorro da somaro.
Aringrazziat’iddio! l´ho ppropio a ccaro!
E mme lo godo tutto arrinnicchiato
su sto mi letto sporco e inciafrujjato,
come un zan Giobbe immezzo ar monnezzaro.
Che cce volemo fà? ggnente pavura.
Tant’e ttanto le sorte sò dua sole:
drento o ffora; o in figura o in zepportura.
E a cche sserveno poi tante parole?
Pascenza o rrabbia sin ch’er freddo dura:
staremo in cianche quanno scotta er zole.
21 febbraio 1849
xxxxxxxxxxxxxxxxx
(“Senhora minha, Cristina, por caso raro”)
Senhora minha, Cristina, por caso raro,
eu, pobre cristão baptizado,
sem ter culpa nem pecado,
veio-me carraspana de cavalo.
Deus seja louvado! Bem a carrego!
E desfruto-a todo acucurrado
neste leito sujo e enrugado
como São Job lá na lixeira.
Que podemos fazer? Não ter medo,
que as sortes são apenas duas:
dentro ou fora; figura ou sepultura.
Pois de que servem tantas palavras?
Paciência ou raiva enquanto o frio dura:
estarei de pé quando o sol aqueça.
21 Fevereiro 1849
Aqui termina a selecção de sonetos de Belli.
Laus Deo, como se dizia.
Sem comentários:
Enviar um comentário