FERNANDO ORTIZ
LA PRIMAVERA
(Homenaje a Juan Gil-Albert)
¿Qiuén no anduvo, una vez, en primavera,
ajeno entre los hombres, sólo atento
al canto de los pájaros y al humus
de la tierra de abril tras lluvia leve?
Una gota de acíbar es entonces
más dulce que la miel. Suaviza
las cuerdas interiores que así pueden
en el pecho vibrar. Y es ese arpegio,
ese trémulo son, cual un misterio
que desde lo hondo clama. Un don supremo.
Una perene primavera triste
y espléndida a la vez. Es un absorto
amor a lo que alienta. Son tus versos.
xxxxxxxxxxxxxxxx
A PRIMAVERA
(Homenagem a Juan Gil-Albert)
Quem não andou, uma vez, na primavera,
alheado dos homens, atento apenas
ao canto dos pássaros e ao húmus
da terra de abril depois de chuva leve?
Uma gota de aloé é então
mais doce que o mel. Suaviza
as cordas interiores que assim podem
vibrar no peito. E é esse arpejo,
esse trémulo som, qual o mistério
que desde o fundo clama. Um dom supremo.
Uma perene primavera triste
e esplêndida ao mesmo tempo. É um absorto
amor ao qual alenta. São os teus versos.
Sem comentários:
Enviar um comentário