LUCIANO ERBA
GLI ANNI QUARANTA
Sembrava tutto possibile
lasciarsi dietro le curve
con un supremo golpe di freno
galoppare in pie sulla sella
altre superbe cose
più nobili prospere cose
apparivano all’altezza degli occhi.
Ora gli anni volgono veloci
per cieli senza presagi
ti svegli di azzurre trapunte
in una stanza di mobili a specchiera
studi le coincidenze dei treni
passi una soglia fiorita di salvia rossa
leggi “Salve” sullo zerbino
poi esci in maniche di camicia
ad agitare l’insalata nel tovagliolo.
La linea della vita
deriva tace s’impunta
scanalca sfila
tra i pallidi monti degli dei.
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OS ANOS QUARENTA
Parecia tudo possível
deixar atrás as curvas
com um supremo golpe de travão
galopar de pé sobre a sela
outras coisas soberbas
coisas mais nobres prósperas
apareciam à altura dos olhos.
Agora os anos passam velozes
por céus sem presságios
acordas em colchas azuis
num quarto de móveis espelhados
estudas as ligações dos comboios
passas uma ombreira florida de salva vermelha
lês “Bem-Vindo” no capacho
depois sais em mangas de camisa
para agitar a salada no guardanapo.
A linha da vida
desvia cala obstina-se
salta desfila
entre os pálidos montes dos deuses.
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