quinta-feira, 23 de julho de 2020

WELDON KEES



FOR MY DAUGHTER

Looking into my daughter's eyes I read
Beneath the innocence of morning flesh
Concealed, hintings os death she does not heed.
Coldest of winds have blown this hair, and mesh
Of seaweed snarled these miniatures of hands;
The night's slow poison, tolerant and bland,
Has moved her blood. Parched years that I have seen
That may be hers appear: foul, lingering
Death in certain war, the slim legs green.
Or, fed on hate, she relishes the sting
Of other's agony; perhaps the cruel
Bride of a syphillitic or a fool.
These speculations sour in the sun.
I have no daughter. I desire none.


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PARA A MINHA FILHA

Olhando para os olhos da minha filha leio
Debaixo da inocência da carne matutina
Escondidas, sugestões de morte que ela não pressente.
O mais frio dos ventos soprou este cabelo e molhos
De algas enredaram-se nestas miniaturas de mãos;
O lento veneno da noite, tolerante e suave,
Agitou o seu sangue. Anos ressequidos que vi
Poderem ser seus aparecem: sórdidos, prolongada
Morte em alguma guerra, verdes as pernas delgadas.
Ou, alimentada a ódio, tem prazer no ferrão
Da agonia de outros; talvez a noiva
Cruel de um sifilítico ou de um louco.
Estas especulações amargam à luz do sol.
Não tenho filha. Nem desejo tê-la.

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