quinta-feira, 4 de junho de 2020

JON JUARISTI ( Bilbau, 1951 )





         VERS L'ENNUI

           but who is that on the other side of you?


Entonces era el mundo. Qué gran parecia.
En el limite mismo del verano, qué dulce
el tiempo que se abría, la luz indeclinable.

Entre el pinar y el río se extendían los huertos:
los pequeños retazos de maizales y habares
brillaban agolpados bajo el oro de junio.

Inventar cada día las cosas, empaparse
de sol, buscar los nombres del grillo y de la arena,  
del hinojo fragrante, del cangrejo, del cuarzo.

Y el regreso: la tarde nos devolvía al sueño
por estradas de polvo y escoria triturada,
dóciles a las voces cercanas del cansacio.

Pero yo te sentía. Tú venías conmigo,
ángel del tédio, hermano, arrojando tu sombra
sobre las zarzamoras, tu sombra abominable.


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           VERS L'ENNUI

               but who is that on the other side of you?


Então era o mundo. Que grande parecia.
No limite mesmo do verão, que doce
o tempo que se abria, a luz indeclinável.

Entre o pinhal e o rio estendiam-se as hortas:
as pequenas leiras de milho e feijão
brilhavam agrupadas sob o ouro de junho.

Inventar cada dias as coisas, inundar-se
de sol, buscar os nomes do grilo e da areia,
do funcho fragrante, do caranguelo, do quartzo.

E o regresso: a tarde devolvia-nos ao sono
por estradas de pó e escória triturada,
dóceis às vozes vizinhas do cansaço.

Mas eu sentia-te. Tu vinhas comigo,
anjo do tédio, irmão, lançando a tua sombra
sobre os silvados, a tua sombra abominável.




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