quinta-feira, 21 de maio de 2020

MIGUEL D'ORS



        SILENCIOS PREDILECTOS


En uno de ellos tengo doce años, y el abuelo
me ha llevado de caza a "A Agüenxa". De repente,
el "León" que se para ante uns tojos,
endereza la cola y levanta una mano,
avisando conejo.
El abuelo me pide silencio com un gesto.
De aquel silencio hablo. (Y cómo retumbaba
en él mi corazón emocionado.

Otro es del ibón de Acherito una tarde
de otoño, contemplado desde el Mallo de Cristian,
com una misteriosa luz como adormecida:
uno de esos momentos que despiertan nostalgia
de algo que todavía no há llegado.

También está el del cielo estrellado de julio
sobre el heno recién segado y extendido
en el prado de "A Costa",

y el que deja en las rúas lluviosas de Santiago
la última campanada de media-
noche cayendo desde la torre Berenguela,

y el de los cementerios aldeanos
que visitan los milros,

y el de los bodegones de Chardin.

Pero ninguno como el de sus ojos
três segundos después de perdonarme.




    SILÊNCIOS PREDILECTOS


Num deles tenho doze anos e o avô
levou-me a caçar a "Agüenxa". De repente,
o León para ante uns tojos,
alça a cauda e levanta uma pata,
assinalando coelho.
O avô pede-me silêncio com um gesto.
Falo daquele silêncio. ( E como ressoava
no meu coração emocionado).

Outro é do lago de Acherito, uma tarde
de outono, contemplado desde o Mallo de Cristian,
com uma misteriosa luz como adormecida:
um de esse momentos que despertam nostalgia
do que ainda não chegou.

Também o céu estrelado de julho
sobre o feno recém segado e espalhado
no prado de "A Costa";

e o que deixa nas ruas chuvosas de Santiago
a última badalada da meia-
-noite caindo desde a torre Berenguela,

e a dos cemitérios aldeãos
que visitam os melros,

e das tabernas de Chardin.

Mas nenhum como o dos seus olhos
trinta segundos depois de perdoar-me.

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