EPIGRAMAS PERSAS MEDIEVAIS
MOHAMMAD ABDOH (SÉC X)
Perguntam-me porque fujo
dos cortesãos e respondo:
porque sou inteligente
e só idiotas vivem na corte.
AMAREH (SÉC X-XI)
Esconder-me-ei nos poemas,
enquanto os escrevo,
desejando beijar teus lábios,
quando os recitas.
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Porque o mundo te tratou bem,
não penses que é motivo de júbilo;
tratou bem tanta gente
e – num instante – prostrou-a.
ABU SA’ID ABUL KHAIR (SÉC X-XI)
A sua ausência é a faca,
que te corta a garganta?
Que ninguém repare
nas manchas de sangue na veste;
chora, mas ao chorar,
que ninguém te ouça:
arde, mas ao arder,
que o fumo não se veja.
AZRAQI (SÉC XI)
Para quê vasos de ouro e prata,
onde cultivar narcisos?
As flores são mais saudáveis
ao pó e à chuva.
Há ouro e prata imensurável
em regiões longínquas?
O lar é o maior tesouro –
apesar da fealdade, do pesar, da dor.
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