MIROSLAV HOLUB
A SÍNDROME DO HOMEM RÍGIDO*
Um aeroplano gigantesco
paira no ar, de cauda para baixo,
sobre a cidade,
demasiado pesado
para conseguir descolar,
como uma libelinha fertilizada
com o seu ovipositor oculto
deixando os seus mortos no telhado.
Ignoremos o que está a acontecer. Endurecemos
em espasmos musculares,
ficando estátuas da cintura para cima,
incapazes de rodar a cabeça
cinco graus para a direita ou esquerda,
no tipo de pose dos estadistas,
secretamente estupefactos pela cidade
que está a colapsar no seu esforço
para acordar.
*Moersch-Woltman
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