ALEKSANDAR RISTOVIC
O ESSENCIAL
Não me foi permitido viver a minha vida,
logo fingi estar morto
e interessado apenas em coisas
em que um morto estaria interessado:
répteis petrificados,
quinquilharia de museu,
evidência falsa apresentada como verdade.
Senti grande necessidade de estar verdadeiramente morto
e, por isso usava sempre
uma máscara de madeira
na qual, por vezes, alguém desenhava,
com lápis de cor,
uma expressão de contentamento,
impaciência, desejo, beatitude,
ou a expressão de alguém que está a pensar
num assunto completamente diferente.
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