terça-feira, 1 de novembro de 2022

SZILÁRD BORBÉLY


AETERNITAS (3)

O Eterno
é como o machado 
com que o assassino acerta
na cabeça de alguém.

O Eterno é o acto  
de pilhagem pelo qual
em pânico o sótão
está agora vazio.

O Eterno é escarlate
como sangue vivo. Acima dele
ergue-se um vapor.
Depois também desaparece.

O Eterno é como
o coração daquele
que os ladrões assassinaram
sem hesitação.

O Eterno 
é como assassinío,
destrói  a Esfinge,
a face dos Mortos.

O Eterno não tem falhas,
como o segredo
indecifrável
do Crime Perfeito.

O Eterno é como
o olho
daquele que mataram:
pavor no seu olhar.

O Eterno chora
como os muitos Arcanjos
que serviram Jesus
na sua Multitude.

O Eterno é como
a Madrugada para a qual
o Anjo da Guarda
já não irá acordar.

Sem comentários:

Enviar um comentário

  FRANK O'HARA PISTACHIO TREE AT CHATEAU NOIR Beaucoup de musique classique et moderne Guillaume and not as one may imagine it sounds no...