RUSSELL EDSON
THE TERRIBLE ANGEL
In a nursery a mother can't get her baby out of its cradle. The baby, it has turned to wood, it has become part of its own cradle.
The mother, she cries, tilting, one foot raised, as if in flight for the front door, just hearing her husband's car in the driveway; but can't the carpet holds her...
Her husband, he hears her, he wants to rush to her, but can't, the door of the car won't open...
The wife, she no longer calls, she has been taken into the carpet, and is part of it; a piece of carpet in the shape of a woman tilted, one foot raised as if to flight.
The husband, he no longer struggles toward his wife. As if he sleeps he has been drawn into the seat of his car; a man sculptured in upholstery.
In the nursery the wooden baby stares with wooden eyes into the last red of the setting sun, even as the darkness, that forms in the east begins to join the shadows of the house; the darkness that rises out of the cellar, seeping out from under furniture, oozing from the cracks in the floor... The shadow that suddenly collects in the corner of the nursery like the presence of something that was always there...
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O ANJO TERRÍVEL
Num quarto de criança uma mãe não consegue tirar o seu filho do berço. A criança transformou-se em madeira, tornou-se parte do próprio berço.
A mãe chora, inclinando-se, com um pé no ar, como se fosse fugir pela porta da frente, ao ouvir o carro do marido no caminho da entrada; mas não pode, o tapete agarra-a...
O marido, que a ouve, quer ir ao encontro dela. mas não pode, a porta do carro não abre...
A mulher já não grita, foi arrastada para dentro do tapete, e é parte dele; um pedaço de tapete com a forma de uma mulher inclinada, com um pé no ar como se fosse fugir.
O marido já não se debate para chegar junto da mulher. Como se dormisse foi arrastado para dentro do assento do carro; um homem esculpido em cabedal.
No quarto a criança de madeira fixa os olhos de madeira no vermelho final do sol poente, mesmo quando a escuridão que se forma a leste começa a juntar-se às sombras da casa; a escuridão que sobe da cave, transudando debaixo da mobília, infiltrando-se pelas frinchas do soalho... A sombra que subitamente se forma no canto do quarto como a presença de algo que sempre lá esteve...
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