AUGUST KLEINZAHLER
CAT IN LATE AUTUMN
Minou sleeps all day. Old
soldiers with bum radios
stuck in downtown residence hotels
see more light
than Minou.
Sundays,
when rain streams off fire escapes,
plunging into alleys,
and what little is left of light
on the street comes off
olive oil cans from Lucca and the groves
near Córdoba
in a window with pears, dish soap
and nuts, Minou
looks nearly dead, a forepaw draped on top
of his head. He's way
out there, sunk deep
in the textured rayon
of a buff-colored cushion. His whiskers'
occasional twitch: you see
the heart jump in his fur
as he stalks the perimeter
of an enormous dream, rain
turning so heavy near dusk
night slips in
without you even noticing.
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GATO NO FIM DO OUTONO
Minou dorme o dia todo. Velhos
soldados com rádios estridentes
enfiados em lares do centro
vêem mais luz
que Minou.
Aos domingos
quando a chuva escorre pelas escadas de incêndio,
despenhando-se nos becos,
e o pouco que sobra de luz
na rua tem origem
em latas de azeite de Lucca e dos pomares
junto a Córdoba
numa janela com peras, sabão da louça
e nozes, Minou
parece quase morto, uma pata dianteira por cima
da cabeça. Está
lá fora, enterrado fundamente
na textura de plástico
de uma almofada bege. Os seus bigodes
estremecem de vez em quando - vê-se
o coração saltar-lhe no pêlo
enquanto persegue o perímetro
de um sonho imenso, a chuva
ficando tão densa perto do crepúsculo
que a noite se introduz
sem que sequer se repare.
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