quinta-feira, 14 de abril de 2022

 POSEDIPPOS

Neste fosso áspero jaz,
envolto na mortalha
- os trapos que eram a sua melhor roupa,
um tal Phyrromachus, glutão
pobre e esfarrapado, que
como um corvo sujo,
esperançoso se intrometia
nos festins nocturnos. Peço:
venera o túmulo e coloca
algumas flores se, alguma vez,
nas horas pequenas,
conheceste alguém assim.
Regressava dos Jogos Leneus,
com os dentes partidos,
o olho negro, a testa ensanguentada
(na mão o frasco de óleo,
que era tudo o que possuía)
e bêbedo caiu neste barranco:
um destino tragi-cómico.

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