ANTHONY HECHT
PUBLIC GARDENS
"Flow'rs of all hue," a sightless Milton wrote
Of Paradise, which doesn't mean "all flowers."
An impoverished exile in his loneliest hours
Knows that not everybody makes the boat.
He has not mastered the language, he still retains
A craving for some remembered native dishes;
These sorrowful foreign skies, all smoke and ashes,
Remain uncleansed by the pummeling winter rains.
Jobless, he mopes in the shabby public gardens
Where importunate pigeons harry him for food.
Back in the dark unwelcome solitude
Of his attic room, he can view through the daisied curtains
The pantile roofs of this dirty little port.
But without passport or valid papers his fate
Lies with officials. Immense reasons of state
Conjoin to deny him permission to depart.
His a sad but not uncommon lot,
Familiar to border guards, to police and such.
Even plantain, spleenwort, lichen, tuber and vetch
May be found in Paradise; the teasel not.
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JARDINS PÚBLICOS
"Flores de todos os matizes", um Milton cego escreveu
Do Paraíso, o que não significa "todas as flores."
Um exilado empobrecido nas suas horas mais solitárias
Sabe que nem todos conseguem apanhar o barco.
Ele não dominou a língua, ainda conserva
O apetite por certos pratos nativos, que recorda;
Estes céus estranhos, penosos, cheios de fumo e cinzas,
Que a chuva invernal fustiga e não consegue dissipar.
Desempregado, varre jardins públicos ignóbeis,
Onde pombos inoportunos o atormentam por comida.
De volta à sua solidão escura, indesejada,
Do seu quarto no sótâo, vê através de cortinas decoradas com [margaridas
Os telhados com goteiras deste pequeno porto sujo.
Mas sem passaporte ou papéis válidos, o seu destino
Está nas mãos da lei. Razões imensas de estado
Conjugam-se para lhe negar permissão para partir.
O seu género é triste, mas não incomum,
Familiar a guardas fronteiriços, polícia e afins.
Mesmo tanchagem, asplénio, líquen, túbera e [ervilhaca
podem encontrar-se no Paraíso; o cardo não.
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