sexta-feira, 14 de maio de 2021

 FERNANDO ORTIZ

 

AUTORRETRATO

Quien dijo que de niño supe de duendes, miente.
No sabe ni siquiera que pasó tras mi frente.
Es falso que tuviese miedo a la oscuridad
y en la noche escuchara las campanas doblar...
Primera juventud... Primera despedida,
el alcohol, la poesía; amor, miedo a la vida.
Aquella nimiedad que empezó de muy joven
no me dejó escuchar confidencias de amores.
No quise ser torero, militar ni abogado.
Y como nada quise, en nada me he quedado.
Al fin, frente a mi sueño; la ruinas , los escombros
nunca más me dejaron alzar firmes los hombros.
Ahora ya no espero, ni pienso, ni creo en nada
sino en esa oscura ave que ha de venir al alba.
Y cuando yo me aleje por la esquina del tiempo
habrá siempre algún milro silbando de contento.


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AUTO-RETRATO

Quem disse que em criança soube de duendes, mente.
Não sabe sequer o que se passou à minha frente.
É falso que tivesse medo da escuridão
e à noite escutasse os sinos a dobrar...
Início da juventude... Primeira despedida,
o álcool, a poesia; amor, medo da vida.
Aquela insignificância que começou ainda muito jovem
não me deixou ouvir confidências de amores.
Não quis ser toureiro, militar, nem advogado.
E como nada quis, com nada fiquei.
Por fim, frente ao meu sonho, as ruínas, os escombros,
nunca mais deixaram erguer firmes os ombros.
Agora já não espero, nem penso, nem creio em nada
senão nessa escura ave que há de vir de madrugada.
E quando me afastar pela esquina do tempo
haverá sempre algum melro cantando de contente.

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