quinta-feira, 15 de abril de 2021

 D. J. ENRIGHT


AM STEINPLATZ

Benches round a square of grass.
You enter by the stone that asks,
                     "Remember those whom Hitleris killed".
"Remember those whom Stalinism killed",
Requests the stone by which you leave.

This day, as every other day,
I shuffle through the little park,
                    from stone to stone,
From conscience-cancellinhg stone to stone,
Peering at the fading ribbons on the faded wreaths.

At least the benches bear their load,
Of people reading papers, eating ice,
Watching aeroplanes and flowers,
Sleeping, smoking, counting, cuddling.
                     Everything but heed those stony words.
They have forgotten. As they must.
Remember those who live. Yes, they are right.
                    They must.

A dog jumps on the bench beside me.
Nice doggie: never killed a single Jew, or Gentile.
Then it jumps on me. Its paws are muddy, muzzle wet.
Gently I push it off. It likes this game of war.

At last a neat stout lady on a nearby bench
Calls tenderly, "Komm, Liebchen, komm!
Der Herr" - this public-park-frau barks -
                     "does not like dogs!"

Shocked papers rustle to the ground:
Ices drip away forgotten; sleepers wake;
The lovers mobilize their distant eyes.
                     The air strikes cold.
There's no room for a third stone here.
                     I leave.


               xxxxxxxxxxx


AM STEINPLATZ             

Bancos em torno de um quadrado de relva.
Entra-se por uma pedra que pede,
                   "Recordem os que o Hitlerismo assassinou".
"Recordem os que o Estalinismo assassinou",
Pede a pedra por onde se sai.

Neste dia, como em vários outros,
Arrasto-me pelo pequeno parque
                  de pedra para pedra,
De uma placa de cancelamento de consciência para outra,
Examinando as fitas que murcham das coroas murchas.

Pelo menos os bancos suportam a carga,
De pessoas a lerem jornais, a comer gelado,
A observar aeroplanos e flores,
Dormindo, fumando, contando, mimando.
                 Tudo menos atentando nas palavras na pedra.
Esqueceram. Como devem.
Recordem-se os que vivem. Sim, estão certos.
                 Devem.

Um cão salta para o banco junto ao meu.
Cãozinho bonito: nunca matou um único Judeu ou Gentio.
Depois salta para mim. Tem patas enlameadas, focinho húmido.
Com jeito, empurro-o. Ele gosta deste jogo de guerra.

Por fim, uma asseada, robusta senhora, num banco próximo
Chama ternamente, "Komm, Liebchen, komm!
Der Herr" - ladra esta frau de banco público -
                "Não gosta de cães!"

Jornais assustados sussurram até ao chão;
Gelados esquecidos derretem; adormecidos acordam;
Os namorados mexem os olhos distantes.
               O ar está frio.
Não há aqui espaço para uma terceira placa.
               Saio.
               

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