sexta-feira, 5 de março de 2021

 D. J. ENRIGHT


DISPLACED PERSON LOOKS at a CAGE-BIRD

Every single day, going to where I stay
        (how long?) I pass the canary
In the window. Big bird, all pranked out,
Looming and booming in tha window's blank-

Closing a pawky-eye, tapping his hairy chest,
       flexing a brawny wing.
Every single day, coming from whwere I stay
(How long?), I paas this beastly thing.

How I wish it were dead!
       -Florid, complacent, rent-free and over-fed,
Feather-bedded, pensioned, free from wear and tear,
Earth has not anything to show less fair.

I do wish it were dead!
      Then I'd write a better poetry,
On that poor wee-bird, its feet in the air,
An innocent victim of something. Just like me.


     xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx


PESSOA EMIGRANTE OLHA para um PÁSSARO ENGAIOLADO


Todos os dias indo para onde resido
    (por quanto tempo?) passo pelo canário
Na janela. Pássaro grande, a pavonear-se,
Agigantando-se com estrondo, no vazio da janela.

Fechando um olho manhoso, percutindo o peito peludo,
    dobrando uma asa musculosa,
Todos os dias, vindo de onde resido
(Por quanto tempo?), passo por tal animalejo.

Como desejo que morra!
    -Flórido, complacente, sem pagar renda e sobre-alimentado,
Em cama de penas, pensionista, poupado a desgaste,,
Não há na terra espectáculo mais edificante.

Desejava mesmo que morresse!
    Então escreveria uma poesia melhor,
Sobre esse pobre passarinho, de pernas para o ar.
Uma vítima inocente de qualquer coisa. Tal como eu.

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