sábado, 13 de fevereiro de 2021

 W. H. AUDEN


IN MEMORY OF ERNEST TOLLER
             (d. May 1939)

The shining neutral summer has no voice
To judge America, or ask how a man dies;
And the friends who are sad and the enemies who rejoice

Are chased by their shadows lightly away from the grave
Of one who was egoistical and brave
Lest they should lern wirhout suffering how to forgive.

What was it, Ernst, that your shadow unwitingly said?
Did the small child see something horrid in his wood shed
Long ago? Or had the Europe which took refuge in your head

Already been too injured to get well?
For just how long, like the swallows in that other cell,
Had the bright little longings been flying in to tell

About the big and friendly death outside,
Where people donot occupy or hide;
No towns like Munich, no need to write?

Dear Ernst, lie shadowless at last among
The other war-horses who existed till they'd done
Something that was an example to the young.

We are lived by powers we pretend to understand
They arrange our loves; it is they who direct at the end
The enmy bullet, the sickness, or even our hand.

It is their to-morrow hangs over the earth of the living
And all that we wish for our friends, but existence is believing
We know for whom we mourn and who is grieving.


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À MEMÓRIA DE ERNST TOLLER
            (m. Maio 1939)

O radiante verão neutral não tem voz
Que julgue a América ou pergunte como morre um homem;
E os amigos tristes e os inimigos que exultam,

As suas sombras afastam-nos do túmulo
De quem foi egoísta e bravo, a não ser
Que aprendam, sem sofrimento, a perdoar.

O que disse, desajeitadamente, a tua sombra, Ernst?
A criança viu algo terrível na arrecadação,
Há muito tempo? Ou a Europa, refugiada na tua cabeça,

Estava demasiado ferida para sarar?
Por quanto tempo, como andorinhas nessa outra cela,
Voaram anseios brilhantes, querendo contar

A morte grande e benévola que espera
Lá fora, onde a gente não se detém nem esconde;
Não há cidade como Munique, nem necessidade de escrever?

Caro Ernst, por fim luminosos repousa
Entre os outros combatentes que cumpriram
Algo que fosse um exemplo para os jovens.

Vivem-nos poderes que fingimos entender;
Destinam-nos amores; no fim, são eles que guiam
A bala do inimigo, a doença, e mesmo a nossa mão.

Os seua amanhãs vigiam a terra onde vivemos
E tudo o que desejamos para os nossos amigos: existir
É crer que sabemos quem choramos e quem lamenta.

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