sábado, 9 de janeiro de 2021

LUIS ALBERTO DE CUENCA


        SOBRE UN TEMA DE J. M. M.

No quiero ser feliz. Estoy enfermo
de haberle sido tanto. Me fastidia
que la gente me quiera y que los dioses
me protejan. Renuncio a ser el centro
de las fiestas y a todos los poderes
que el dinero y la sangre proporcian.
No quiero verte al lado, en la cabina
de mi coche, dorada y sonriente,
previendo mis desjos más ocultos.
No me divierte ya que mis amigos
celebren la brancura de tus manos.
Detesto las victorias, y los viajes
al más allá, y la daga del ingenio,
y el amor, y el jardín de la alegria.
Quiero la opacidad y la tristeza
que da el dolor, y la desesperanza.
Me está matando tanta dicha junta.


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  SOBRE UM TEMA DE J. M. M.

Não quero ser feliz. Estou enfermo
de tê-lo sido tanto. Aborrece-me
que a gente goste de mim e que os deuses
me protejam. Renuncio a ser o centro
das festas e a todos os poderes 
que o dinheiro e o sangue proporcionam.
Não quero ver-te ao lado, na cabina
do meu carro, dourada e sorridente,
prevendo os meus desejos mais ocultos.
Já não me diverte que os meus amigos
celebrem a brancura das tuas mãos.
Detesto as vitórias e as viagens
ao mais além e a adaga do engenho
e o amor e o jardim da alegria.
Quero a opacidade e a tristeza
que dá a dor e o desespero.
Está a matar-me tanta felicidade junta.

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