D. J. ENRIGHT
CHANGING THE SUBJECT
I had suggested, in exasperation, that he find
something other to write about
Than the moon, and flowers, and birds, and temples,
and the bare hills of the once holy city -
People, I proposed, who bravely push their way
through the leprous lakes of mud.
It was the wet season, rain upon spittle and urine,
and I had been bravely pushing my way.
It happened my hard words chimed with a new slogan,
a good idea, since ruined -
"Humaism". So I helped on a fashion, another like
mambo, French chanson, and learning Russian.
Now hw comes back, my poet, in a different guise:
the singer of those who sleep in the subway.
"Welcome you are," his vagrants declaim to each other,
"a comrade of the common fate."
"Are they miners from Kyushu?" he asks, these "hobos
all in rags." And adds that
"Broken bambbo baskets, their constant companions, watch
loyally over their sleeping masters."
Thus my friend. He asks me if he has passed the test,
is he truly humanistic,
Will I write another article, about his change of heart?
I try to think of the subway sleepers.
Who are indescribable. Have no wives or daughters to sell.
Not the grain of faith that makes a beggar.
Have no words. No things to express. No "comrade".
Nothing so gratifying as a "common fate".
Their broken bambbo baskets are loyal because no one
would wish to seduce them.
Their ochre skin still burns in its black nest, though a
hundred changed poets decide to sing them.
"Are they miners from Kyushu?" Neither he nor I will
ever dare to ask them.
For we know they are not really human, are as apt themes
for verse as the moon and the bare hills.
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MUDANDO DE ASSUNTO
Eu tinha sugerido, em desespero, que ele encontrasse
alguma outra coisa sobre que escrever,
Que não fosse a lua e flores e aves e templos
e as colinas despojadas da antiga cidade santa -
Pessoas, propus, que bravamente desbravam o seu caminho
através de lagos leprosos de lodo.
Era a estação húmida, chuva sobre cuspo e urina
e eu tinha bravamente desbravado o meu caminho.
Aconteceu que as minhas palavras ásperas ressoaram o novo slogan,
uma boa ideia, logo arruínada -
"Humanismo". Assim contribuí para uma moda, outra como
o mambo, a canção francesa e aprender russo.
Agora regressa, o meu poeta, com outro aspecto:
o cantor daqueles que dormem no Metro.
"Seja bem-vindo", os seus vadios cumprimentam-se,
"um camarada do destino comum."
"Serão mineiros de Kyushu?", pergunta ele, estes "vagabundos
cobertos de farrapos." E acrescenta que
"cestos de bambu partidos, os seus companheiros constantes, vigiam
lealmente os seus donos adormecidos."
Eis o meu amigo. Pergunta-me se passou o teste,
se é um verdadeiro humanista.
Escreverei outro artigo, sobre a sua mudança de atitude?
Tento pensar nos pernoitadores do Metro.
Que são indescritíveis. Não têm mulheres nem filhos para vender.
nem o grão de fé que faz um mendigo.
Não têm palavras. Nada para exprimir. Nem "camarada",
nada tão gratificante como um "destino comum".
Os seus cestos de bambu partidos são leais porque ninguém
tentaria seduzi-los.
A sua pele ocre ainda queima no seu ninho negro, mesmo que
cem poetas transformados decidam cantá-los.
"Serão mineiros de Kyushu?" Nem eu, nem ele, alguma
vez ousaremos perguntar.
Porque sabemos que não são verdadeiramente humanos, são temas tão propícios
para versos como a lua e as colinas despojadas.
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