domingo, 22 de novembro de 2020

 ANTHONY HECHT


A LOT OF NIGHT MUSIC

       Even a Pyrrhonist
Who knows only that he can nrver know
       (But adores a paradox)
Would admit it's getting dark. Pale as a wrist-
       Watch numeral glow,
Fireflies build a sky among the flox,

       Imparting their faint light
Conservatively only to themselves,
       Earthmurk and fluorescent
Sweeten the home of ants. Comes on the night
       When the mind rockets and delves
In blind hyperbolas of its own bent.

       Above, the moon at large,
Muse-goddess, slightly polluted by the runs
       Of American astronauts,
(Poor, poxed Diana, laid open to the charge
       Of social Actaeons)
Miçdly solicits our prtty cash and thoughts.

       At once with their votive mites,
Out of the woods and woodwork poets come,
       Hauling their truths and booty,
Each one a Phosphor, writing by his on lights,
       And with a diesel hum
Of mosquitoes or priests, proffer their worthy
                         duty.

       They speak in tongues, no doubt,
High glossolalia, runic gibberish.
       Some are like desert saints,
Wheat-germ ascetics, draped in pelt and clout.
       Some come in schools, like fish,
Then make their litany of dark complaints;

       Those laugh and rejoice
At liberation from the bonds of gender,
       Race, morals and mind,
As well as meter, rhyme and the human voice,
       Still others arrive to render
The croos-word world in perfectly declined
       
      Pronouns, starting with ME.
Yet there are honest voices to be heard:
      The crickets keep their vigil
Among the grass; in some invisible tree
      Anonymously a bird 
Whistles a a fioritura, a light, vestigial

      Reminder of a time,
An Aesopic Age when all the beasts were moral
      And taught their ways to men;
Some herbal dream, some chlorophyll sublime
      In which Apollo's laurel
Blooms in a world made innocent again.


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MUITA MÚSICA NOCTURNA

       Mesmo um Pirrónico
Que sabe apenas que nunca pode saber
       (Mas adora um paradoxo)
Admitiria que escurece. Mortiços como o brilho
       Dos números de um relógio de pulso,
Pirilampos criam um céu entre floxes,
       
       Transmitindo a luz ténue,
Conservando-a apenas para eles.
       Terra sombria e odor floral
Perfumam a casa das formigas. Chega na noite,
       Quando a mente dispara e exuma
Em hipérboles cegas da sua propensão.

       Por cima, a lua à solta,
Deusa das musas, levemente poluída por corridas
       De astronautas americanos
(Pobre, pustulenta Diana, vítima da acusação
       De Acteons sociais)
Humildemente solicita os nossos trocos e pensamentos.

       Logo, com seus ácaros votivos,
Desde bosques e carpintaria chegam poetas,
       Arrastando as suas verdades e saque,
Todos fosfóricos, escrevendo pelas próprias luzes
       E um zumbido de gasóleo
De mosquitos ou padres, recitam o seu dever
                        palavroso.

      Uma algaraviada, é certo;
Elevada glossolália, geringonça rúnica.
      Alguns como santos do deserto,
Ascéticos de germe de trigo, ornados de petulância e trapos.
      Alguns em cardume, como peixe,
Estes produzem a sua litania de sombrias queixas;

      Esses riem e e alegram-se
Pela libertação das cadeias de género.
      Raça, moral e espírito,
Bem como de metro, rima e voz humana.
      Ainda outros esforçam-se por transmitir
O mundo de palavras cruzadas em pronomes perfeitamente
      
      Declinados, começando por EU.
 Todavia, ouvem-se vozes honestas:
      Os grilos mantêm a vigília,
No meio da erva; nalguma árvore invisível
      Um pássaro anónimo
Assobia uma fioritura, uma suave lembrança

      Vestigial de um tempo,
Uma Idade Esópica, quando todas as bestas eram virtuosas
      E ensinavam tais modos aos homens;
Algum sonho herbáceo, algum sublime clorofilico
      Em que o louro de Apolo
Floresce num mundo de novo inocente.
      

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