sábado, 5 de setembro de 2020

 ANTHONY HECHT



   LE MASSEUR DE MA SOEUR

                          I
My demoiselle, the cats are in the street,
Making a shrill cantata to their kind,
Accomplishing their furry, vigorous feat,
And I observe you shiver at it. You
Would rather have their little guts preserved
In the sweet excellence  of a string quartet.
But, speaking for myself, I do not mind
This boisterous endeavor; it can do
Miracles for a lady who's unnerved
By the rude leanings of a family pet.

                      II 
What Argus could not see was not worth seeing.
The fishy slime of his one hundred eyes
Shimmered all over his entire being
To lubricate his vision. A Voyeur
Of the first order, he would hardly blench
At thr fine calculations of your dress.
Doubtless the moonlight or the liquor lies
Somewhere beneath this visible  bonheur,
Yet I would freely translate from the French
The labials of such fleet happiness.

                   III
"If youth were all, our plush minority
Would lack no instrument to trick it out;
All cloth would emphasize it; not a bee
Could lecture us in offices of bliss fish nor fowl.
Then all the appetites, arranged in rows,
Would dance cotillions absolute as ice
In high decorum rather than in rout."
He answered her, "Youth wants no emphasis,
But in extravagance of nature shows
A rigor more demanding than precise."

                  IV
"Pride is an illness rising out of pain,"
Said the ensnaffled Fiend who would not wince.
Does the neat corollary then obtain,
Humility comes burgeoning from pleasure?
Ah, masters, such a calculus is foul,
Of no more substance than a wasting cloud.
I cannot frame a logic to convince
Your honors of the urgent lawless measure
Of love, the which is neither fish nor fowl.
The meekest rise to tumble with the proud.

               V
Goliath lies upon his back in Hell.
Out of his nostrils march a race of men,
Each with a little spear of hair; they yell,
"Attack the goat! O let us smite the goat!"
(An early German vision.) They are decked
With horns and beards and trappings of the brute
Capricorn, who remarked their origin.
Love, like a feather in a Roman throat,
Returned their suppers. They could not connect
Sentiment with a craving so acute.

           VI
Those paragraphs most likely to arouse 
Pear-shaped nuances to an ovoid brain,
Upstanding nipples undera sheer blouse,
Wink from the bolg original, and keep
Their wicked parlance to confound the lewd
American, deftly obscured from sin
By the Fig-Leaf Edition of Montaigne.
But "summer nights were nor devised for sleep,"
And who can cipher out, however shrewd,
The Man-in-the-Moon's microcephalic grin?


          xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

   LE MASSEUR DE MA SOEUR


                    I
Minha demoiselle , os gatos estão na rua,
Entoando uma cantata estridente para os seus,
Alcançando a sua proeza felpuda, vigorosa
E observo-te a estremecer por isso. Tu
preferirias ter as suas pequenas tripas conservadas
Na excelência gentil de um quarteto de cordas.
Mas, no que me diz respeito, não me incomoda
Este empenho turbulento; pode fazer
Milagres para a dama que não se enerve
Com as inclinações grosseiras de um animal doméstico.

                  II
O que Argos não conseguia ver não merecia ser visto.
A ramela estranha dos seus cem olhos
Bruxuleava por todo o seu corpo
Para lubrificar a visão. Um voyeur
De primeira ordem, ele pouco evitaria
As elaboradas cautelas do teu vestido.
Sem dúvida o luar ou o licor ficam
Algures debaixo desta bonheur visível,
Ainda assim traduziria livremente do francês
As labiais de tal ligeira felicidade.

                III
"Se a juventude fosse tudo, à nossa minoria elegante
Não faltariam meios para a encenar;
Toda a roupa a enfatizaria; nenhuma abelha
Nos poderia industriar em assuntos de beatitude.
Então, todos os apetites, dispostos em filas,
Dançariam cotilhões absolutos como gelo,
Com grande decoro, que não em tropel."
Ele respondeu-lhe, "a Juventude dispensa ênfase,
Mas na extravagância da natureza mostra
Uma rigidez mais exigente que precisa."

               IV
"Orgulho é uma doença que nasce da dor,"
Disse o Demónio desapossado que não tremia.
Então deduz-se o corolário óbvio,
Que a humildade brota do prazer?
Ah, mestres, tal cálculo é fraudulento,
Sem mais substância que nuvem evanescente.
Não consigo construir uma lógica que convença
Vossas senhorias da medida urgente, ilegal
Do amor, que não é peixe, nem carne.
Os mais humildes erguem-se para tombar com os orgulhosos.

            V
Golias jaz de costas no Inferno.
Das suas narinas sai uma raça de homens,
Todos com uma pequena lança de pelo; gritam,
"Ataquem a cabra! Ó fustiguem a cabra!"
(Uma antiga visão germânica.) Estão providos
Com cornos e barbas e arreios do rude
Capricórnio, que assinalaram a sua origem.
O amor, como pena em garganta romana,
Devolveu-lhes as ceias. Não conseguiam ligar
O sentimento com um desejo tão intenso.

           VI
Esses parágrafos mais susceptíveis de incitar,
Matizes em forma de pera a um cérebro ovóide,
Mamilos erectos sob uma blusa pura,
Cintilam desde o destemido original e conservam
O seu palavreado malévolo para confundir o lascivo
Americano, habilmente oculto do pecado
Pela Edição de Montaigne Adaptada.
Mas "noites de verão não foram concebidas para o sono,"
E quem, mesmo sagaz, consegue decifrar
O esgar microcefálico do Homem da Lua?

Sem comentários:

Enviar um comentário

  FRANK O'HARA PISTACHIO TREE AT CHATEAU NOIR Beaucoup de musique classique et moderne Guillaume and not as one may imagine it sounds no...