LA COMTESSA DE DIA
(final do séc XII - início do séc XIII)
Estat ai en greu cossirier
per un cavallier qu'ai agut,
e voill sia totz temps saubut
com eu l'ai amat a sobrier;
ara vei q'ieu sui trahida
car eu non li donei m'amor,
don ai estat en gran error
en lieig e qand sui vestida.
Ben volria mon cavallier
tener un ser e mos bratz nut,
q'el s'en tengra per ereubut
sol q'a lui fezes cosseillier;
car plus m'en sui abellida
no fetz Floris de Blanchaflor:
eu l'autrei mon cor e m'amor
mon sen, mos huoills e ma vida.
Bels amics, aninens e bos,
cora-us tenrai e mon poder?
e que jagues ab vos un ser
e qe-us des un bais amoros!
Sapchatz, gran talan n'auria
qe-us tengues en luoc del marit,
ab so que m'aguessetz plevit
de far tot so qu'eu volria.
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Tenho estado em grande angústia
por um cavaleiro que tive
e quero, para sempre, que se saiba
como o amei com paixão;
agora vejo que fui traída,
porque não lhe dei o meu amor,
por isso tenho estado aflita,
no leito e estando vestida.
Ao meu cavaleiro bem queria
tê-lo nu, uma noite, nos meus braços,
e que ele se desse por feliz
que eu fosse a sua almofada;
pois estou mais enamorada
que Floris por Brancaflor:
entrego-lhe o meu coração e o meu amor
o meu senso, os meus olhos e a minha vida.
Belo amigo, amável e bom,
quando vos terei em meu poder?
que dormisse convosco uma noite
e que vos desse um beijo amoroso!
Sabei que grande desejo tenho
de ter-vos em lugar de marido,
desde que tenha a promessa
de fazerdes tudo o que eu quiser.
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