quarta-feira, 1 de julho de 2020

LUIS ALBERTO DE CUENCA ( MADRID, 1950



          AMOUR FOU

 
Los reyes se enamoran de sus hijas más jóvenes.
Lo deciden un dia, mientras los cortesanos
discuten sobre el rito de alguna ceremonia
que se olvidó y que debe regresar del olvido.
Los reyes se enamoran de sus hijas, las aman
com látigos de hielo, possessivos, feroces,
obscenos y terribles, agonizantes, locos.
Para que nadie pueda desposarlas, plantean
enigmas insolubles a cuantos pretendientes
aspiran a la mano de las princesas. Nunca
se vieron tantos príncipes degollados en vano.

Los reyes se aniquilan con sus hijas más jóvenes,
se rompen, se destrozan cada noche en la cama.
De día ellas se alejan en las naves del sueño
y ellos dictan las leyes, solemnes y sombríos.


                 xxxxxxxxxxxxx


   AMOUR FOU


Os reis enamoram-se das suas filhas mais novas.
Um dia, decidem-no, enquanto os cortesãos
discutem o rito de qualquer cerimónia
que se esqueceu e deve regressar do esquecimento.
Os reis enamoram-se das suas filhas, amam-nas
com látegos de gelo, possessivos, ferozes,
obscuros e terríveis, agonizantes, loucos.
Para que ninguém possa desposá-las, colocam
enigmas insolúveis a quantos pretendentes
aspirem à mão das princesas. Nunca
se viu tantos príncipes degolados em vão.

Os reis aniquilam-se com as suas filhas mais novas,
dilaceram-se, destroçam-se todas as noites na cama.
De dia, elas afastam-se nas naves do sonho
e eles ditam as leis, solenes e sombrios.   

Sem comentários:

Enviar um comentário

  FRANK O'HARA PISTACHIO TREE AT CHATEAU NOIR Beaucoup de musique classique et moderne Guillaume and not as one may imagine it sounds no...