segunda-feira, 3 de abril de 2023

D. J. ENRIGHT


MIXED PROVERBS 

Outside the restaurant, garish but inside delicious no doubt,
A most famous of Guangzhou, if not of Canton as once,
Excited citizens are stringing up garlands or firecrackers.
What they are arguing about is beyond the visitor's knowing -
When he offers is lighter they absently wave it aside.
It must be a question of how best to arrange them, or whether
Such acts are utterly licit. The people fear the officials,
Thinks the foreign devil, who has heard of this local saying.
For what to tell what the party line currently is on fireworks,
Their potency and periodicity, their season and station?
He remembers is childhood, and a miserable sprinkling of them,
They didn't have money to burn, and the sense of dull guilt
When a rocket winked out or a Catherine wheel stopped dead.
Come on, he wants to cry, let's have them, a good half-hour
Of continuous din, driving out evil spirits (should any remain),
And damn the expense! But the bickering goes on, matches are 
Struck, then pinched out, fingers point upwards and downwards.

His official hosts, at the door, solicit him nervously, please to
Enter, the feast is afoot. The officials fear the foreign devils.
What the eye never saw, the heart never grieves over; he can't
Pretend he ever yearned for stewed turtle or sea cucumber.
But he thinks of the engine his father once bought for him,
And even a tender. Ang somehow a section of rail was wanting,
The circle incomplete: when they forced the pieces together
The engine keeled over. The open floor was the only place for it,
Unauthentic and pitiful, as it banged into chair-legs and feet.
No matter, he's off to Shanghai tomorrow. It's a big country,
It can't be short of railway track. Sometimes the years supply
Our childhood lacks. All things come to them that wait.
But he must make sure to seem small and humble, and kowtow
To the woman who keeps the key to the WC.
The foreign devils fear the people. Now the circle's perfect.


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PROVÉRBIOS MISTURADOS

Fora do restaurante, vistoso, mas no interior, sem dúvida, delicioso,
Um dos mais famosos de Guangzhou, já não de Cantão, como antes,
Cidadãos exaltados enfileiram grinaldas de petardos.
Acerca do que discutem está para além do conhecimento  do visitante -
Quando oferece o seu isqueiro eles, distraidamente, recusam.
Pode ser um problema de como melhor dispo-los, ou se
Tais actos são inteiramente ilícitos. O povo teme as autoridades,
Pensa o demónio estrangeiro, que ouviu este dito local.
Pois como saber qual é a linha actual do partido sobre petardos,
A sua potência e perediocidade, o seu calendário e disposição?
Recorda a sua infância e um miserável chuvisco deled,
Não tinham dinheiro para queimar e o sentimento de culpa abafado
Quando um foguete tremeluzia ou um fogo de artifício se apagava.
Vá lá, deseja gritar, vamos rebentá-los, uma boa meia-hora,
De estrépito contínuo, afastando os maus espíritos (se algum ainda      sobrevive)
E que se lixe a despesa! Mas as discussões prosseguem, são acesos
Fósforos, logo apagados, dedos apontam para cima e para baixo.

Os seus hospedeiros oficiais, à porta, solicitam, nervosamente que        entre,
Por favor a festa está em marcha. As autoridades temem os diabos        estrangeiros.
O que os olhos não viram o coração nunca sofreu; ele não pode
Fingir que nunca desejou tartaruga estufada ou pepino-do-mar.
Mas lembra a locomotiva que, uma vez o pai lhe comprou
E até um tênder. E, por acaso, uma parte dos carris faltava,
O círculo incompleto: quando forçaram a junção das peças
A locomotiva descarrilou. O comprimento do soalho era o único          sítio propício,
Inautêntico e lamentável, quando batia nas  pernas da cadeira e nos      pés.
Pouco importa, parte amanhã para Shangai. É um país enorme,
Não é escasso em carris de comboios. Por vezes, os anos fornecem
O que faltava na infância. Tudo chega aos que esperam.
Mas ele deve certificar-se que parece pequeno e humilde e fazer          vénia
À mulher que guarda a chave para o WC.
Os diabos estrangeiros temem o povo. Agora completa-se o círculo.

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