segunda-feira, 3 de outubro de 2022

 J. V. CUNNINGHAM

[4]

You have here no otherness,
Unaddressed correspondent,
No gaunt clavicles, no hair
Of bushy intimacy.
You are not, and I write here
The name of no signature
To the unsaid - a letter
At midnight, a memorial
And occupation of time.

I'll not summon you, or feel
In the alert dream the give
And stay of flesh, the tactile
Conspiracy.
                    The snow falls
With its inveterate meaning,
And I follow the barbed wire
To trough, to barn, to the house,
To what strangers, what welcome 
In the late blizzard of time.

On the highway cars flashing,
Occasional and random
As pain gone without symptom,
And fear drifts with the North wind.
We neither give nor receive:
The unfinishable drink
Left on the table, the sleep
Alcoholic and final
In the mute exile of time.


            xxxxxxxxxxx


[4]

Aqui não tens o outro,
Correspondente não endereçado,
Nem clavículas descarnadas, nem pelo
De intimidade espessa.
Tu não és, e aqui escrevo
O nome de nenhuma assinatura
Do não dito - uma carta
À meia-noite, um monumento
Ou ocupação de tempo.

Não te convoquei, nem sentirei
No sonho vigil a dádiva
E resistência da carne, táctil
Conspiração.
                      A neve cai
Com o seu significado inveterado
E eu sigo o arame farpado
Até à caleira, ao celeiro, à casa,
A que estranhos as boas-vindas
Na tempestade tardia do tempo.

Na auto-estrada carros lampejam,
Ocasionais e fortuitos
Como dor desaparecida sem sintoma,
E o medo arrastado pelo vento Norte.
Nós não damos, nem recebemos.
A bebida inacabável
Abandonada na mesa, o sono
Alcoólico e final
No exílio mudo do tempo.


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