ANITE
Também tu morreste, há muito,
em bosque de raízes emaranhadas,
cadela lócria, a mais veloz das cachorras,
feliz com a língua de fora: uma víbora de
garganta malhada enroscou-se nos teus
membros e instilou um veneno corrosivo.
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Nunca mais, de madrugada,
irás acordar-me, a bater
asas ruidosas: enquanto
dormias, a raposa cravou
as garras na tua garganta.
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Eis o bode cornudo de Dionisos,
que orgulho na sua face hirsuta.
Nas montanhas, uma Náiade acariciou
o seu rosto peludo com mão rósea
- isso envaideceu-o.
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Enquanto vivo, Manes foi um escravo.
Morto, vale tanto como Dario, o Grande.
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