sábado, 22 de outubro de 2022

CALÍMACO


Há, juro por Pan, por Dionisos,
fogo escondido debaixo das cinzas. 
Desconfio de mim; não me perturbem.
Quantas vezes regatos mansos
minaram muros. Temo, Menexanos,
que este réptil silencioso 
me invada e me entregue ao amor.


Kallignotos jurou a Ionis - ninguém 
(rapaz ou rapariga) lhe seria mais querido.
Jurou! - mas o provérbio diz: os deuses têm
ouvidos impenetráveis a juras de amantes.
Agora, arde de amor por um rapaz. Dela, pobre
rapariga, ouve-se-lhe tanto como de Megara.


Menoetas de Lyctus,
em oferenda a Serapis,
disse: "Presenteio-te com
o arco e o carcás;
os homens de Hesperis
ficaram com as flechas."


- "Charidas jaz junto a ti?" - Se te referes
ao filho de Arimmas de Cirene, sim."
- "Charidas, como é aí, em baixo?" - Muito 
  escuro."
- "E a ressureição?" - "Mentira." - "E Plutão?"
- "Um mito." - "Então acabou-se... - "O que
  digo
é a verdade. Se queres ouvir algo agradável,
um grande boi, no Hades, vale um tostão."

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